" [...] Noite, longa e triste noite. Agitada. Tento adormecer as minhas ansiedades, esquecer quem sou, à procura de um momento de serenidade.
A lua resplandece e acende a noite, os corvos lá fora ecoam quase tão irrequietos quanto eu, errantes na noite sobrevoam o escuro, a escuridão cega-me.
Sinto lágrimas nascerem nos meus olhos, não querem derramar. Saio, silenciosamente, receio acordar alguém, qualquer gesto ensurdecedor, o tempo parece que não esquece. Apenas segundos, desço os degraus procurando a saída para a noite mais próxima.
Esconder as lágrimas que teimam em não derramar. Procurar a noite que me resguarda sem me questionar nem julgar.
Está frio, mas vem de dentro.
Acompanhas-me, ao meu desânimo e frustração, ás minhas questões, indecisões e desilusões.
Nunca tive nada a perder pois à muito que tinha desistido.
Desistido de mim, da fantasia, do querer ser.
Ainda os oiço ao longe, o choro angustiante, já cá não deviam estar, deviam ter partido rumo ao norte, estão confusos.
A lua reflecte contra o rio, reconforta-me, tenho os olhos amarrados á lua, é a única que me consegue fazer sentir de volta a casa, a todas as coisas que deixei para trás, consciente ou inconscientemente, e a ver os caminhos que percorri e os que contornei.
Opções, escolhas, decisões, terão valido a dor?
É este o meu choro que não verte."
2 comments:
Vale sempre a pena, porque delas aprendemos sempre algo. E ajuda. Ajuda a percebermos-nos melhor.
Até onde vamos, o que somos capazes de fazer.
O caminho constrói-se de escolhas, e são todas válidas, mesmo quando erramos. O erro é tão ou mais importante que a escolha certa.
Beijo
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...mas justifica tudo o que se perde e tudo o que de mau traz com isso?
A questão era se é só com sofrimento que conseguimos realmente aprender melhor a lição.
Se é só mesmo através dos piores momentos que conseguimos descobrir e valorizar os bons.
Obrigada pelo comentario :)
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